O dízimo é um tema amplamente debatido entre os cristãos, mas afinal, o que a Bíblia diz sobre o dízimo cristão? Neste artigo, exploramos o conceito bíblico do dízimo, sua aplicação no Antigo e Novo Testamento e se os cristãos devem praticá-lo hoje.
1. O conceito bíblico do dízimo
O dízimo é um princípio amplamente discutido na Bíblia e frequentemente debatido entre os cristãos. A palavra “dízimo” vem do hebraico “ma’aser”, que significa “a décima parte”. Desde os tempos do Antigo Testamento, essa prática era estabelecida como um meio de sustento para os sacerdotes e levitas, além de ser um ato de obediência e adoração a Deus. No entanto, ao longo da Bíblia, vemos que o entendimento sobre o dízimo evoluiu, especialmente com a chegada do Novo Testamento.
1.1. O dízimo no Antigo Testamento
O dízimo como prática entre os israelitas
No Antigo Testamento, o dízimo era uma prática comum e obrigatória entre os israelitas. Ele fazia parte da Lei dada por Deus a Moisés e tinha diferentes propósitos, incluindo o sustento dos levitas (que não possuíam terras próprias para cultivo), a manutenção do templo e a assistência aos necessitados.
Havia três tipos de dízimos no contexto do Antigo Testamento:
-
O dízimo levítico – destinado ao sustento dos levitas e sacerdotes (Números 18:21-24).
-
O dízimo das festas – utilizado para celebrações religiosas e festivais em Israel (Deuteronômio 14:22-27).
-
O dízimo para os necessitados – recolhido a cada três anos para ajudar órfãos, viúvas e estrangeiros (Deuteronômio 14:28-29).
Esses dízimos somavam cerca de 23,3% da renda anual de um israelita, o que difere da concepção moderna de que o dízimo é sempre 10% fixos.
Referências bíblicas sobre a obrigação do dízimo
Duas passagens-chave destacam a importância do dízimo no Antigo Testamento:
-
Levítico 27:30 – “Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja dos frutos das árvores, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor.”
-
Aqui, o dízimo é visto como uma consagração a Deus, um reconhecimento de que tudo pertence a Ele.
-
-
Malaquias 3:10 – “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.”
-
Esse versículo é frequentemente citado em pregações sobre dízimos, pois contém uma promessa de bênção para os que são fiéis nessa prática.
-
No Antigo Testamento, o dízimo não era opcional, mas sim um mandamento divino para a nação de Israel.
1.2. O dízimo no Novo Testamento
O que Jesus disse sobre o dízimo?
No Novo Testamento, a menção ao dízimo aparece principalmente nos evangelhos, especialmente quando Jesus fala aos fariseus.
Em Mateus 23:23, Jesus diz:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé; deveríeis fazer estas coisas, sem omitir aquelas.”
Aqui, Jesus não condena o dízimo, mas critica a hipocrisia dos fariseus, que seguiam a lei rigidamente, mas negligenciavam princípios mais importantes como a justiça e a misericórdia. Isso sugere que Jesus reconhecia o dízimo como uma prática válida na época, mas enfatizava que ele não deveria substituir um coração verdadeiramente comprometido com Deus.
Outra passagem relevante é Lucas 18:12, onde um fariseu se orgulha de pagar o dízimo, mas sua atitude de arrogância é repreendida por Jesus. Isso mostra que a motivação por trás do ato de dizimar era mais importante do que a prática em si.
O papel da graça e da generosidade no Novo Testamento
Com a vinda de Cristo e o estabelecimento da Nova Aliança, a ênfase do dízimo começa a dar lugar a um novo modelo de contribuição baseado na graça e na generosidade. O Novo Testamento não traz um mandamento explícito para os cristãos continuarem a prática do dízimo como no Antigo Testamento, mas ensina sobre a importância de contribuir livremente e com alegria.
Em 2 Coríntios 9:7, Paulo escreve:
“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
Esse versículo destaca um princípio fundamental da Nova Aliança: as contribuições devem ser feitas voluntariamente, e não como um mandamento legalista. A igreja primitiva praticava um modelo de generosidade radical, onde os cristãos compartilhavam seus bens para atender às necessidades dos irmãos na fé (Atos 2:44-45).
Dessa forma, no Novo Testamento, não há uma exigência explícita para o cristão dizimar, mas há um forte incentivo à generosidade. Em vez de uma quantia fixa, a oferta deve ser baseada na disposição do coração e no desejo de contribuir para o Reino de Deus.
O conceito de dízimo na Bíblia passou por transformações ao longo do tempo. No Antigo Testamento, ele era uma obrigação para a nação de Israel e tinha funções específicas. Já no Novo Testamento, com a chegada da graça, o enfoque passa a ser na generosidade e na contribuição voluntária.
A pergunta “O cristão deve dizimar?” continua sendo debatida, mas o mais importante é o princípio por trás dessa prática: reconhecer Deus como provedor e contribuir com alegria para a obra do Reino. Seja através do dízimo ou de ofertas voluntárias, o que realmente importa é o coração doador e a disposição para ajudar o próximo.
2. O propósito do dízimo segundo a Bíblia
O dízimo, conforme descrito na Bíblia, não era apenas um ato de obediência a Deus, mas também possuía um propósito prático e social. Ele servia para sustentar os sacerdotes e levitas, além de auxiliar os necessitados, garantindo que tanto o serviço religioso quanto as necessidades da comunidade fossem supridas. Esses princípios continuam sendo debatidos na igreja atual, especialmente sobre como os cristãos devem contribuir para a obra de Deus e para o bem-estar dos mais carentes.
2.1. Sustento dos sacerdotes e levitas
Como o dízimo mantinha os líderes religiosos em Israel
No Antigo Testamento, Deus estabeleceu que a tribo de Levi seria responsável pelos serviços do Tabernáculo e, mais tarde, do Templo. Diferente das outras tribos, os levitas não receberam terras para cultivar ou criar gado, pois sua função era exclusivamente espiritual. Para garantir seu sustento, Deus ordenou que os israelitas entregassem o dízimo.
Em Números 18:21, Deus declara:
“E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, o serviço da tenda da congregação.”
Ou seja, o dízimo não era apenas uma oferta, mas um meio essencial para a manutenção daqueles que se dedicavam integralmente ao serviço religioso.
Comparação com o sustento ministerial atual
Embora o modelo de sacerdócio do Antigo Testamento tenha sido transformado com a Nova Aliança, o princípio de sustentar aqueles que servem a Deus permanece. O apóstolo Paulo reforça essa ideia em 1 Coríntios 9:13-14, ao dizer que aqueles que pregam o evangelho devem viver do evangelho.
Na igreja contemporânea, esse princípio se reflete no sustento de pastores, missionários e outros líderes ministeriais que dedicam suas vidas à obra de Deus. A diferença é que, no Novo Testamento, não há uma obrigação de entregar 10%, mas um incentivo à contribuição generosa e voluntária.
2.2. O que a Bíblia diz sobre o dízimo cristão: Apoio aos necessitados
O papel do dízimo no auxílio aos pobres
Além de sustentar os sacerdotes, o dízimo também era destinado ao auxílio dos necessitados. Em Deuteronômio 14:28-29, Deus ordena que a cada três anos seja recolhido um dízimo especial para ajudar os órfãos, viúvas e estrangeiros:
“Ao fim de três anos, tirarás todo o dízimo do produto do terceiro ano e o depositarás dentro das tuas portas; então, virá o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão e se fartarão, para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em toda obra que as tuas mãos fizerem.”
Esse mandamento reforça a responsabilidade social do povo de Deus em cuidar dos mais vulneráveis. O dízimo, portanto, não era apenas uma obrigação religiosa, mas também um instrumento de justiça e solidariedade.
Como esse princípio pode ser aplicado na igreja moderna
Na igreja primitiva, esse princípio foi expandido. Em vez de um sistema fixo de dízimos, os cristãos compartilhavam seus bens livremente, conforme as necessidades surgiam. Atos 2:44-45 descreve essa prática:
“Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens e distribuíam o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.”
Hoje, muitas igrejas seguem esse modelo, destinando parte das ofertas para assistência social, como distribuição de alimentos, projetos missionários e ajuda humanitária. Embora o dízimo não seja mais uma obrigação sob a Nova Aliança, o princípio de cuidar dos necessitados continua sendo um valor essencial para a comunidade cristã.
O dízimo no Antigo Testamento tinha propósitos claros: sustentar os líderes religiosos e cuidar dos mais necessitados. No Novo Testamento, a ênfase não está mais em um valor fixo, mas em um coração generoso que contribui livremente para a obra de Deus e o bem-estar do próximo. Assim, a principal lição para os cristãos hoje não é a obrigação de entregar 10%, mas o chamado para agir com generosidade, justiça e amor.
3. O que a Bíblia diz sobre o dízimo cristão: O cristão é obrigado a dizimar?
A questão do dízimo no cristianismo gera muitos debates. Enquanto alguns defendem que os cristãos devem continuar dizimando como no Antigo Testamento, outros argumentam que, sob a Nova Aliança, a contribuição deve ser baseada na liberdade e na generosidade, sem uma porcentagem fixa. Diante disso, surge a pergunta: o cristão é obrigado a dizimar? Para responder, é necessário compreender a diferença entre o dízimo como um mandamento da Lei mosaica e a nova abordagem da contribuição voluntária na igreja primitiva.
3.1. O dízimo como mandamento ou princípio?
O debate entre legalismo e liberalidade
O dízimo, conforme estabelecido no Antigo Testamento, era um mandamento obrigatório para os israelitas. Ele fazia parte da Lei de Moisés e tinha objetivos específicos, como sustentar os levitas e ajudar os necessitados. Entretanto, muitos teólogos argumentam que, após a vinda de Cristo, os cristãos não estão mais debaixo da Lei mosaica, mas sim da graça.
O apóstolo Paulo adverte contra um espírito legalista ao dizer:
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Romanos 6:14)
Isso significa que os cristãos não devem seguir a Lei mosaica como um fardo obrigatório, mas viver segundo os princípios da graça e da liberdade em Cristo.
A transição da lei para a graça na Nova Aliança
Jesus cumpriu a Lei e estabeleceu a Nova Aliança, na qual a justiça de Deus não é baseada em rituais e obrigações, mas no amor e na fé. Embora Ele tenha mencionado o dízimo ao repreender os fariseus por sua hipocrisia (Mateus 23:23), Ele não ordenou essa prática para seus seguidores.
Na Nova Aliança, a ênfase não está em uma porcentagem fixa de contribuição, mas sim na generosidade e na disposição do coração. Em 2 Coríntios 9:7, Paulo ensina:
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”
Isso mostra que o foco não deve estar em uma obrigação rígida, mas em uma entrega voluntária e sincera.
3.2. Contribuição voluntária na igreja primitiva
O exemplo de generosidade na igreja primitiva
A igreja primitiva não seguia um sistema de dízimos como no Antigo Testamento, mas praticava um modelo de generosidade comunitária. Em Atos 2:44-45, lemos:
“Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens e distribuíam a cada um, conforme a necessidade.”
Esse modelo de partilha era baseado no amor ao próximo e na disposição de suprir as necessidades dos irmãos na fé. Não havia uma quantia fixa a ser dada, mas sim um espírito de solidariedade e comunhão.
Diferença entre dízimo e ofertas voluntárias
A principal diferença entre o dízimo do Antigo Testamento e as ofertas voluntárias no Novo Testamento está na obrigação versus liberdade.
Aspecto | Dízimo (Antigo Testamento) | Ofertas (Novo Testamento) |
---|---|---|
Obrigação | Sim, exigido pela Lei | Não, baseado na voluntariedade |
Valor fixo | 10% ou mais, conforme a Lei | Qualquer valor conforme o coração |
Destinação | Sustento dos levitas e assistência social | Sustento da igreja e ajuda aos necessitados |
Motivação | Obediência à Lei | Amor e generosidade |
Isso não significa que contribuir financeiramente com a obra de Deus não seja importante. Pelo contrário, a Bíblia incentiva a generosidade. A diferença é que, na Nova Aliança, essa contribuição não é um mandamento legalista, mas um princípio de vida cristã, baseado no amor e na gratidão.
O cristão não é obrigado a dizimar da mesma forma que os israelitas no Antigo Testamento. Entretanto, a Bíblia ensina que a contribuição para a obra de Deus e para os necessitados deve ser feita com alegria e generosidade. Em vez de focar em uma porcentagem fixa, o princípio cristão é dar conforme o coração e as possibilidades de cada um. Assim, mais importante do que o valor é a atitude do coração, pois Deus ama quem dá com alegria.
4. Argumentos a favor e contra o dízimo cristão
O dízimo é um dos temas mais debatidos no meio cristão. Enquanto algumas igrejas ensinam que ele ainda deve ser praticado pelos cristãos, outras argumentam que essa obrigação foi abolida na Nova Aliança e substituída por contribuições voluntárias. Para compreender melhor essa questão, é importante analisar os principais argumentos a favor e contra o dízimo cristão.
4.1. Argumentos a favor do dízimo
Continuidade do princípio do dízimo na Bíblia
Um dos principais argumentos a favor do dízimo cristão é que ele não foi abolido no Novo Testamento, mas sim reafirmado como um princípio contínuo. Embora a prática do dízimo esteja fortemente associada à Lei de Moisés, algumas passagens sugerem que ele precede essa lei.
Por exemplo, em Gênesis 14:18-20, Abraão entregou o dízimo a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, antes da Lei mosaica ser estabelecida. Da mesma forma, Jacó fez um voto ao Senhor, prometendo dar o dízimo de tudo o que recebesse (Gênesis 28:22). Isso leva alguns a concluírem que o dízimo é um princípio atemporal, não limitado à Antiga Aliança.
Além disso, Jesus mencionou o dízimo em Mateus 23:23, dizendo:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.”
Embora Jesus estivesse criticando a hipocrisia dos fariseus, Ele afirmou que o dízimo não deveria ser omitido, o que alguns entendem como uma confirmação de sua validade.
Benefícios espirituais e materiais da prática
Outro argumento a favor do dízimo é que ele traz bênçãos espirituais e materiais. Em Malaquias 3:10, Deus faz uma promessa aos que dizimam fielmente:
“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”
Muitos cristãos relatam experiências pessoais de provisão divina ao serem fiéis nos dízimos, vendo essa prática como uma forma de demonstrar confiança em Deus como provedor. Além disso, o dízimo permite que a igreja mantenha suas atividades e ajude os necessitados.
4.2. Argumentos contra o dízimo
O dízimo era parte da Lei mosaica
O principal argumento contra o dízimo cristão é que ele era um mandamento da Lei mosaica, e os cristãos não estão mais debaixo dessa lei. O apóstolo Paulo ensina claramente que, na Nova Aliança, os cristãos foram libertos das obrigações da Antiga Lei:
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Romanos 6:14)
A Lei mosaica continha muitas ordenanças que os cristãos não seguem mais, como sacrifícios de animais e a observância do sábado. Assim, argumenta-se que o dízimo era um requisito específico para Israel e não se aplica à igreja do Novo Testamento.
O chamado para dar com liberdade e alegria
Outro ponto forte contra a obrigatoriedade do dízimo é que o Novo Testamento enfatiza um modelo de contribuição baseado na liberdade e generosidade, sem estipular uma porcentagem fixa. O ensino de Paulo em 2 Coríntios 9:7 reflete essa mudança:
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”
Diferente do sistema do dízimo, onde todos deveriam dar 10% independentemente da situação financeira, a Nova Aliança ensina que cada pessoa deve contribuir conforme suas possibilidades. Esse modelo é baseado no amor e na gratidão, e não em um mandamento rígido.
Além disso, a igreja primitiva adotou um sistema de ajuda baseado na comunhão. Em Atos 2:44-45, os primeiros cristãos compartilhavam tudo o que tinham, ajudando uns aos outros conforme a necessidade. Esse modelo sugere que a contribuição financeira deveria ser espontânea e adaptada às necessidades da comunidade, sem a obrigatoriedade de um percentual fixo.
O debate sobre o dízimo cristão gira em torno de dois princípios: continuidade ou transição. Aqueles que defendem a prática argumentam que o dízimo é um princípio que transcende a Lei mosaica e que traz bênçãos para os que o seguem. Por outro lado, aqueles que são contra afirmam que o dízimo era parte da Lei e que, na Nova Aliança, a contribuição deve ser livre e baseada na generosidade.
Independentemente da posição adotada, o mais importante é que o cristão contribua com alegria e voluntariedade, reconhecendo que tudo o que possui vem de Deus e deve ser usado para a glória Dele e o bem do próximo.
5. Como o cristão deve encarar o dízimo?
A questão do dízimo continua sendo um tema relevante no meio cristão, gerando debates sobre sua obrigatoriedade e aplicação na Nova Aliança. No entanto, mais do que discutir se o cristão deve ou não dizimar, o foco principal da Bíblia está no princípio da generosidade e da administração fiel dos recursos.
Independentemente da posição teológica adotada, o que se destaca nas Escrituras é que Deus não está interessado apenas no valor da oferta, mas na atitude do coração de quem contribui. O cristão deve encarar a doação como uma expressão de gratidão e fé, entendendo que tudo o que possui vem de Deus.
5.1. A importância da generosidade
Dar como expressão de amor e gratidão
A Bíblia ensina que o ato de contribuir não deve ser motivado pelo medo ou pela obrigação, mas sim pelo amor e gratidão a Deus. A generosidade é um reflexo do caráter divino, pois o próprio Deus deu o maior presente à humanidade: Jesus Cristo.
Em João 3:16, lemos:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Seguindo esse exemplo, o cristão deve ver suas contribuições como um meio de demonstrar amor a Deus e ao próximo. Contribuir para a obra do Senhor e para ajudar os necessitados é uma forma prática de expressar a fé e a generosidade ensinadas por Cristo.
O ensino bíblico sobre ofertar com alegria
O apóstolo Paulo reforça essa ideia ao afirmar que a oferta deve ser feita de maneira voluntária e alegre:
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” (2 Coríntios 9:7)
Isso significa que a generosidade cristã não deve ser forçada, mas sim um ato de alegria e gratidão. Quando alguém doa com um coração sincero, Deus honra essa atitude e supre todas as suas necessidades, conforme prometido em Filipenses 4:19:
“O meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus.”
5.2. Reflexão final e aplicação prática
Como cada cristão pode aplicar o princípio da contribuição
Mais do que seguir um percentual fixo, o cristão deve se perguntar:
-
Como posso contribuir com alegria e generosidade?
-
Minhas ofertas refletem minha gratidão a Deus?
-
Estou ajudando os necessitados conforme a Bíblia ensina?
A resposta para essas perguntas pode levar cada pessoa a desenvolver um estilo de vida baseado na generosidade. Isso pode incluir dízimos, ofertas, apoio a missionários, doações para caridade e ajuda a quem passa necessidade. O mais importante é que a contribuição seja feita com um coração disposto e sem imposição legalista.
O equilíbrio entre responsabilidade financeira e compromisso espiritual
Embora seja essencial contribuir para a obra de Deus, a Bíblia também ensina sobre a responsabilidade financeira. O cristão deve administrar bem seus recursos, evitando dívidas desnecessárias e garantindo o sustento de sua família.
Em 1 Timóteo 5:8, Paulo adverte:
“Se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé e é pior do que um incrédulo.”
Isso mostra que a contribuição financeira deve ser equilibrada, sem comprometer o sustento básico da família. Ao mesmo tempo, não deve ser negligenciada a generosidade e o compromisso com o Reino de Deus.
O que a Bíblia diz sobre o dízimo cristão: Conclusão
O cristão não deve ver o dízimo como uma obrigação legalista, mas sim como um princípio de generosidade e fé. O mais importante não é a porcentagem dada, mas a disposição do coração ao contribuir.
A Bíblia ensina que Deus supre todas as necessidades daqueles que confiam Nele e praticam a generosidade. Portanto, cada cristão deve buscar um equilíbrio entre fidelidade financeira e compromisso espiritual, dando não por imposição, mas com amor, gratidão e alegria.

Gilberto Filho encontrou na fé e na oração um caminho para se aproximar de Deus e da religião. Esses pilares espirituais transformaram sua vida, dando-lhe força para superar desafios e desenvolver uma conexão profunda com o divino. Sua jornada é marcada pela busca constante por compreensão espiritual e pela prática de valores que refletem sua devoção.